sábado, 12 de abril de 2014

SUPER SIZE ME - A DIETA DO PALHAÇO

O diretor Morgan Spurlock decide ser a cobaia de uma experiência: se alimentar apenas em restaurantes da rede McDonald's, realizando neles três refeições ao dia durante um mês.

Durante a realização da experiência o diretor fala sobre a cultura do fast food nos Estados Unidos, além de mostrar em si mesmo os efeitos físicos e mentais que os alimentos deste tipo de restaurante provocam.

ACÚMULO DE GORDURA NO FÍGADO PODE LEVAR A LESÕES NO ÓRGÃO

Quem acreditava que as temidas gordurinhas só se instalavam em órgãos como a pele e o coração, é melhor abrir os olhos, pois existe também o perigo de acúmulo de gordurano fígado. De acordo o médico Marcus Vinícius Mesquisa, da clínica Alphasonic, de Curitiba, este acúmulo, tecnicamente chamado de esteatose hepática, pode apresentar sérios riscos à saúde, que vão desde pequenas lesões no órgão até mesmo a perda de suas funções.

Ele explica que, normalmente, o fígado possui pequenas quantidades de gordura, que são responsáveis por aproximadamente 10% do seu peso total. Quando o acúmulo de gordura passa desse valor, é possível diagnosticar um órgão que está acumulando gordura dentro do seu tecido. 

“O fígado com gordura apresenta uma coloração amarelada. Há muito tempo acreditava-se que isso acontecia apenas devido ao consumo exagerado de bebidas alcoólicas, mas, hoje, sabemos que ela pode ser causada por diversos outros fatores como obesidade, diabetes, colesterol alto, drogas, alimentação e muitos outros”, disse Mesquita.

Uma esteatose leve, de grau um ou dois, normalmente não causa sintomas ou grandes complicações, pois a gordura concentrada é pequena e não ocasiona a inflamação do fígado. “Quando maior for esta quantidade de gordura no órgão, maiores serão as chances de risco de lesão. É importante que todos saibam que a esteatose hepática nada mais é do que um estágio que antecede o desenvolvimento de uma hepatite, no entanto, nem todo paciente com esteatose poderá evoluir para este quadro”, acrescenta o médico.


Diagnóstico

A esteatose não apresenta sintomas aos pacientes. Dessa forma, o diagnóstico é feito através de exames de imagem como o ultrassom de abdômen total. “Sempre recomendamos a todos que façam um check up completo uma vez ao ano para verificar a vitalidade de todos os órgãos”, acrescenta Mesquita.

Vale lembrar que o US de Abdomen Total é um método não invasivo indicado para avaliar, caracterizar e diagnosticar alterações do fígado, rins, pâncreas, bexiga, baço, retroperitônio e também do trato gastrointestinal. “É um procedimento que não emite nenhum tipo de radiação e nem apresenta efeitos colaterais aos pacientes. O exame é totalmente indolor, rápido e apresenta resultados muito eficientes e seguros”, disse. 

5 ALIMENTOS QUE FAZEM MAL AO FÍGADO

Independentemente de você ter algum problema no fígado, com certeza já sentiu aquele desconforto causado pela ingestão excessiva de gordura. Além do mal estar, dores de cabeça e vômitos também são sintomas comuns. Confira uma lista dos alimentos que, quando ingeridos demasiadamente, podem prejudicar o seu fígado:

1 – Carboidrato em excesso pode ser prejudicial. Mas, isso não significa que pães e massas devam ser abolidos do seu dia a dia. É preciso, apenas, consumi-los com moderação.
2 – Alimentos ricos em conservantes, colorantes e adoçantes artificiais. Quanto mais industrializado, mais prejudicial pode ser para o seu fígado.
3 - Óleos em excesso. Reduza o consumo de alimentos fritos.
4 - Carnes vermelhas podem representar grande ingestão de gorduras saturada e trans, o que leva o seu fígado a inchar e a dar sinais de problemas!
5 - Álcool. Esta bebida está no topo da lista. Ao invés disso, tente consumir 6 copos de água ou sucos por dia.

O que pode ajudar a curar o fígado:

• Invista nas fibras! A aveia, o farelo de trigo, as massas integrais, as frutas e as verduras são exemplos de fontes dessas substâncias que se revelam grandes aliadas de um fígado em forma.
• Aposte nas gorduras do bem, como os ácidos graxos monoinsaturados e polinsaturados.
• Conte com os antioxidantes, como os vegetais, pois são os principais reservatórios das substâncias que enfrentam os radicais livres, moléculas que podem prejudicar o corpo e, principalmente, o fígado.


O FÍGADO E SUAS FUNÇÕES




O fígado é o maior órgão do corpo humano, está localizado no lado superior direito do abdômen, protegido pelas costelas. 
É a mais volumosa de todas as víceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto e na mulher adulta, entre 1,2 e 1,4 kg. 


Tem a cor vermelha- amarronzada, é friável e frágil, tem a superfície lisa; produz a grande maioria de substâncias essenciais para o resto do corpo e remove as substâncias prejudiciais ao organismo.

Produz a bile que é levada ao intestino delgado para se juntar ao processo de digestão. Também produz hormônios, proteínas e enzimas que mantêm o corpo funcionando normalmente. Tem participação na produção de substâncias que ajudam o sangue a coagular. Tem papel importante na decomposição do colesterol, manutenção do açúcar no sangue, e também na composição de medicamentos.


Funções do Fígado

Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim, a ação da lipase;

Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação;

Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células; 

Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;

Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;


Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

O BAÇO, IMPORTÂNCIA E FUNÇÕES

 O que é o baço, e qual a sua função?


O baço é um órgão importante no corpo, que tem uma variedade de funções.
É um importante filtro de sangue, ajudando a remover as células vermelhas do sangue de idade e danificadas, e bactérias.

Localização do baço
É igualmente parte do sistema linfático e produz linfócitos, um tipo de células brancas do sangue que é parte do sistema imunitário que ajuda a prevenir e combater as infecções.

O baço também atua como um reservatório para os glóbulos vermelhos e as plaquetas, que o corpo precisa delas.


Onde se localizada no corpo?

O baço está localizado no quadrante superior esquerdo do abdômen, logo abaixo do diafragma e ao lado do estômago. Possui um rico suprimento de sangue, uma vez que é responsável pela filtragem do sangue. É protegido pelo 9 º, 10 º e 11 ª costelas. Normalmente, é o tamanho de uma laranja ou de um pequeno punho.

O baço tem dois tipos de tecido; a polpa vermelha é responsável pela filtragem de sangue, enquanto que a polpa branca é responsável para a sua função imunológica.
Quais são as causas de um aumento do baço?
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O baço vai aumentar quando ele executa mais de seus deveres para filtrar o sangue ou para a fabricação de células sanguíneas. Portanto, qualquer doença ou condição que danifica as células vermelhas do sangue, e exige que sejam filtrados e removidos da corrente sanguínea, vai fazer com que o baço, a tornar-se maior.

Doenças do sangue

Condições como hemolítica anemia , onde as células vermelhas do sangue são danificadas e quebradas (hemólise) pode fazer com que o baço para ampliar. Os glóbulos vermelhos deformados, como os produzidos em anemia de células falciformes , talassemia , e esferocitose; podem não ser capazes de manobrar através dos vasos sanguíneos pequenos e, em seguida, tornar-se danificado. As células danificadas devem ser abatidas e filtrada pelo baço.

Diminuição do fluxo sanguíneo

Baço
Esplenectomia: Remoção cirúrgica, completa ou parcial, do baço
O baço vai aumentar se houver uma diminuição do fluxo de sangue através da veia esplênica. Isso pode causar congestão do baço e do alargamento.

Esta situação pode ser associada com doença hepática e hipertensão portal . Danos em células do fígado torna-se difícil para o sangue fluir normalmente, e que o sangue faz o backup no sistema venoso portal, ele também pode afetar a pressão na veia 
esplênica. 

Este aumento da pressão diminui a drenagem de sangue do baço e faz com que ele se torne congestionado e maior. Pessoas com insuficiência cardíaca congestivapode ter um aumento do fígado e do baço por causa da má circulação sanguínea e para o coração.

Câncer

A leucemia e linfoma podem ser associados com as células brancas anormais que podem invadir o baço e aumentar a sua dimensão.

Doenças metabólicas

Certas doenças metabólicas podem causar o baço para ampliar, incluindo a Síndrome de Hurler, doença de Gaucher e Niemann-Pick Disease.

Infecção

Algumas infecções virais podem causar esplenomegalia incluindo:
A mononucleose infecciosa causada pelo vírus de Epstein-Barr
Anaplasmose


Até então pouco valorizado, o baço pode ajudar o coração a se recuperar


Considerado por muita gente um órgão "classe B", sem nenhuma função importante, o baço está ganhando destaque nos meios científicos. Segundo um novo estudo, ele é muito mais do que um coadjuvante e pode oferecer uma ajuda vital, sim, em casos de ferimentos profundos e até infartos. Quem assina embaixo é um grupo de pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts e da Faculdade de Medicina Harvard, nos Estados Unidos. Eles notaram que no caso de um ataque cardíaco, por exemplo, o baço envia imediatamente células que ajudam a reparar os tecidos lesionados, o que minimiza as sequelas. É bem verdade que isso foi observado em ratos... A expectativa, porém, é que os resultados sejam semelhantes em seres humanos.

Com cerca de 13 centímetros - ou, mais ou menos, o tamanho da sua mão -, o baço pode ser comparado a uma esponja, que suga muitos invasores nocivos e não os deixa sair. Seus vasos são tão estreitos que qualquer hóspede estranho é facilmente reconhecido e, claro, combatido. Ele retém, ainda, células mortas ou doentes que estejam perambulando na circulação sanguínea. É como um filtro que faz um serviço de controle de qualidade: o sangue passa por seus vasos, repleto de glóbulos vermelhos jovens e velhos, e o baço seleciona, prende e destrói aqueles que não têm mais utilidade.

Aliás, por ser uma esponja sempre carregada de muito sangue, o baço às vezes é fundamental para manter o volume adequado de líquido em nossas veias e artérias. "Quando sofremos uma hemorragia, esse órgão se contrai para bombear depressa sangue para os vasos, restabelecendo o equilíbrio", descreve a hematologista Denise Dourado, do Hospital do Coração, em São Paulo.

Ele é também um reservatório de monócitos. Antes que o termo cause algum desconforto, aí vai uma explicação rápida: monócitos são glóbulos brancos que ficam nesse órgão, quietinhos, sendo prontamente enviados para a corrente sanguínea quando as nossas defesas precisam de uma ajuda extra. "Existe uma enorme quantidade dessas células ali, mas elas só agem quando o organismo enfrenta alguma emergência", explica Denise Dourado.

Apesar de ter tanta relevância para as nossas defesas, o baço é um órgão dos mais frágeis e pode sair danificado até com uma simples pancada. E daí os médicos, às vezes, não encontram outra saída: "Uma batida forte pode provocar uma ruptura e, com ela, uma hemorragia interna grave. Para resolver, em casos assim, nós precisamos remover o órgão", lamenta informar Paulo Augusto Silveira, hematologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. 
baço
Baço, protetor do coração

Há também doenças hematológicas que exigem o mesmo procedimento radical - de anemias severas e hereditárias a linfomas, passando por cistos no órgão. Quando surgem, o pequeno e discreto baço pode aumentar até dez vezes de tamanho, a ponto de saltar aos olhos de quem observa o abdômen. E é fácil entender: um baço crescido assim consegue reter muito mais sangue. Mas, aí, não guarda para si apenas os glóbulos sanguíneos velhos ou doentes, que precisariam ser descartados. Passa a sequestrar também células de sangue jovens e saudáveis. É o que os médicos chamam de hiperesplenismo. "No entanto, mesmo em episódios assim, o indivíduo só deve optar por retirar o baço em último caso, depois de tentar um tratamento com remédios", salienta o hematologista Marcello Augusto Cesar, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo.

Quando a operação é inevitável, a má notícia para os "sem-baço" é que, segundo estudos clássicos, tende a viver mais quem tem a sorte de preservar o órgão intacto. "É claro que dá para viver sem ele, até porque outros órgãos, como o fígado, assumirão suas funções", diz Marcello Cesar. "Só que inevitavelmente o sistema imunológico ficará mais debilitado e, cientes disso, precisamos acompanhar bem esses pacientes, reforçando, por exemplo, sua vacinação". Hoje, ninguém mais acha que o baço pode ser dispensado assim, sem mais nem menos.

Sempre às ordens


Encontradas aos montes no interior do baço, as células de defesa chamadas monócitos ficam armazenadas o tempo que for necessário, só à espera de um chamado. Originárias da medula óssea ou da polpa branca do próprio baço (sim, o órgão também produz células defensoras), elas são encarregadas tanto do reconhecimento de micro-organismos estranhos quanto da retenção de células mortas ou doentes.


Fontes:

http://www.medicinenet.com/enlarged_spleen/article.htm

http://mdemulher.abril.com.br/saude/reportagem/prevencao-trata/baco-entenda-mais-orgao-saia-como-cuidar-bem-dele-754032.shtml


MEDICAÇÃO PARA GAUCHER EXTRAÍDO DE CENOURA TRANSGÊNICA


Seguindo o tema da postagem anterior, "Alimentos Transgênicos", recordo que Gaucher teve o primeiro medicamento no mundo, obtido por meio de um vegetal transgênico, no caso a cenoura.

Trata-se do Taliglucerase Alfa, da empresa israelense Protalix, medicamento este que é bem conhecido entre os pacientes de gaucher, principalmente após um período bem conturbado e que gerou muita polêmica envolvendo nossas associações de gaucher, farmacêuticas e ANVISA.

Relembre
 polêmico caso.

Copio também uma notícia saída na, Nature Biotechnology em 07 de junho de 2012 que trata a respeito da nova droga e de seu processo de criação.



Matéria Prima
A FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos aprovou em maio uma nova droga denominada Elelyso (taliglucerase alfa), uma enzima produzida em células de cenoura geneticamente modificadas para tratar a doença de Gaucher do tipo 1. 

Este é o primeiro medicamento feito por plantas transgênicas aprovado pelos reguladores, e para a empresa israelense Protalix BioTherapeutics de Carmiel, é o primeiro produto feito em seu sistema ProCellEx de expressão de proteína que chega ao mercado.

A plataforma de célula de planta produz proteínas recombinantes com uma estrutura de aminoácidos e glicanatos semelhante ao produzido naturalmente pelos genes homólogos humanos.

Cerca de 10.000 pacientes em todo o mundo têm a doença de Gaucher, uma doença genética rara em que os indivíduos não conseguem produzir a enzima glicocerebrosidase. O Elelyso, uma forma recombinante da glucocerebrosidase humana, que é injetável, substitui a enzima e assim previne a acumulação de lípidos em órgãos e tecidos, o que leva a danos no fígado e baço, à anemia e plaquetopenia e problemas de ossos.
Técnicos verificam biorreatores com células de cenoura transgênica

A Protalix e sua parceira nos EUA, a Pfizer de Nova York, estão comercializando o Elelyso por um preço 25% inferior ai do Cerezyme (imiglucerase), produzido pela Genzyme, líder de mercado, com o que esperam convencer os médicos e pacientes a mudar de droga e marca.

Eles também estão apostando na confiabilidade da plataforma, como contraponto às interrupções de fornecimento de enzimas comparáveis para tratar a doença de Gaucher e doença de Fabry provocadas pela Genzyme, subsidiária da Sanofi, com sede em Paris, (Nat. Biotechnol.28, 994 , 2010).

A Pfizer e sua sócia está tentando posicionar o Elelyso como o produto mais confiável no mercado, com o lançamento de um "programa de continuidade de fornecimento", garantido por 24 meses. Elas também desenvolveram vários programas para ajudar indivíduos com doença de Gaucher a pagar tratamentos com este novo produto. Pode ser tarde demais, no entanto, para ganhar uma quota de mercado significativa. Um ano atrás, no auge das interrupções de fornecimento que afetavam a produção da enzima pela Genzyme, o produto Protalix-Pfizer estava ganhando uma participação majoritária, mas atrasos na aprovação de regulamentação do produto à base de plantas pode significar que essa oportunidade foi perdida.

O produto final
Trabalhando em paralelo à sua linha de produção atual, a Genzyme em Cambridge anunciou os resultados de quatro anos de um ensaio clínico de fase 2 para uma versão administrada por via oral de seu tratamento para a doença de Gaucher tipo 1, o tartarato de eliglustato.

A Shire, baseada na Irlanda, também tem um produto concorrente injetável para o tratamento da doença de Gaucher, chamado VPRIV (velaglucerase alfa).

Jeffrey L Fox,  Nature Biotechnology 30, 472 (2012) doi: 10.1038/nbt0612-472

quinta-feira, 10 de abril de 2014

OS TRANSGÊNICOS ENTRE NÓS

Em minha ultima visita ao mercado, me surpreendi com a grande quantidade de produtos transgênicos que tomou conta das prateleiras, é realmente de assustar.

Maioneses, óleo de soja, óleo composto, misturas para bolo, margarinas, fubá, chips, e pasmem... até o rico em ômega 3, o salmão, que se tornou o primeiro alimento de origem animal geneticamente modificado, liberado para consumo humano.





O que são os transgênicos?

Transgênicos são espécies manipuladas em laboratório, que recebem genes de bactérias, fungos ou mesmo de outras plantas, que lhe trazem resistência contra determinadas pragas e doenças. Essas novas "espécies", são então patenteadas por empresas como a Monsanto e a Novartis, que detém o monopólio mundial dos alimentos de todo o mundo. 










 






"Os transgênicos, ou organismos geneticamente modificados, são produtos de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza, como por exemplo, arroz com bactéria."




OS PRINCIPAIS MUTANTES QUE CONSUMIMOS DIARIAMENTE

MILHO


Protesto de fazendeiros mexicanos contra milho transgênico. |Foto: Reuters
18 variedades de milho transgênico estão aprovados no Brasil
Com as variantes transgênicas respondendo por mais de 85% das atuais lavouras do produto no Brasil e nos Estados Unidos, não é de se espantar que a pipoca consumida no cinema, por exemplo, venha de um tipo de milho que recebeu, em laboratório, um gene para torná-lo tolerante a herbicida, ou um gene para deixá-lo resistente a insetos, ou ambos. Dezoito variantes de milho geneticamente modificado foram autorizadas pelo CTNBio, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia que aprova os pedidos de comercialização de OGMs.


O mesmo pode ser dito da espiga, dos flocos e do milho em lata que você encontra nos supermercados. Há também os vários subprodutos – amido, glucose – usados em alimentos processados (salgadinhos, bolos, doces, biscoitos, sobremesas) que obrigam o fabricante a rotular o produto.
O milho puro transgênico não é vendido para consumo humano na União Europeia, onde todos os legumes, frutas e verduras transgênicos são proibidos para consumo – exceto um tipo de batata, que recentemente foi autorizado, pela Comissão Europeia, a ser desenvolvido e comercializado. Nos Estados Unidos, ele é liberado e não existe a rotulação obrigatória.


ÓLEOS DE COZINHA

Os óleos extraídos de soja, milho e algodão, os três campeões entre as culturas geneticamente modificadas – e cujas sementes são uma mina de ouro para as cerca de dez multinacionais que controlam o mercado mundial – chegam às prateleiras com a reputação “manchada” mais pela sua origem do que pela presença de DNA ou proteína transgênica. No processo de refino desses óleos, os componentes transgênicos são praticamente eliminados. Mesmo assim, suas embalagens são rotuladas no Brasil e nos países da UE.


SOJA


Foto: ReutersNo mundo todo, o grosso da soja transgênica, a rainha das commodities, vai parar no bucho dos animais de criação - que não ligam muito se ela foi geneticamente modificada ou não. O subproduto mais comum para consumo humano é o óleo (ver acima), mas há ainda o leite de soja, tofu, bebidas de frutas e soja e a pasta misso, todos com proteínas transgênicas (a não ser que tenham vindo de soja não transgênica). No Brasil, onde a soja transgênica ocupa quase um terço de toda a área dedicada à agricultura, a CTNBio liberou cinco variantes da planta, todas tolerantes a herbicidas – uma delas também é resistente a insetos.


MAMÃO PAPAYA

Os Estados Unidos são o maior importador de papaya do mundo – a maior parte vem do México e não é transgênica. Mas muitos americanos apreciam a papaya local, produzida no Havaí, Flórida e Califórnia. Cerca de 85% da papaya do Havaí, que também é exportada para Canadá, Japão e outros países, vem de uma variedade geneticamente modifica para combater um vírus devastador para a planta. Não é vendida no Brasil, nem na Europa.

QUEIJO

Aqui não se trata de um alimento derivado de um OGM, mas de um alimento em que um OGM contribuiu em uma fase de seu processamento. A quimosina, uma enzima importante na coagulação de lacticínios, era tradicionalmente extraída do estômago de cabritos – um procedimento custoso e "cruel". Biotecnólogos modificaram micro-organismos como bactérias, fungos ou fermento com genes de estômagos de animais, para que estes produzissem quimosina. A enzima é isolada em um processo de fermentação em que esses micro-organismos são mortos. A quimosina resultante deste processo - e que depois é inserida no soro do queijo – é tida como idêntica à que era extraída da forma tradicional. Essa enzima é pioneira entre os produtos gerados por OGMs e está no mercado desde os anos 90. Notem que o queijo, em todo seu processo de produção, só teve contato com a quimosina - que não é um OGM, é um produto de um OGM. Além disso, a quimosina é eliminada do produto final. Por isso, o queijo escapa da rotulação obrigatória.


PÃO, BOLOS e BISCOITOS
Foto: Getty
Bolos e pães tem em sua composição milho e soja transgênicos

Trigo e centeio, os principais cereais usados para fazer pão, continuam sendo plantados de forma convencional e não há variedades geneticamente modificadas em vista. 

Mas vários ingredientes usados em
 pão e bolos vêm da soja, como farinha (geralmente, nesse caso, em proporção pequena), óleo e agentes emulsificantes como lecitina. Outros componentes podem derivar de milho transgênico, como glucose e amido. Além disso, há, entre os aditivos mais comuns, alguns que podem originar de micro-organismos modificados, como ácido ascórbico, enzimas e glutamato. Dependendo da proporção destes elementos transgênicos no produto final (acima de 1%), ele terá que ser rotulado.

ABOBRINHA

Seis variedades de abobrinha resistentes a três tipos de vírus são plantadas e comercializadas nos Estados Unidos e Canada. Ela não é vendida no Brasil ou na Europa.

ARROZ

Uma das maiores fontes de calorias do mundo, mesmo assim, o cultivo comercial de variedades modificadas fica, por enquanto, na promessa. Vários tipos de arroz estão sendo testados, principalmente na China, que busca um cultivo resistente a insetos. Falou-se muito no golden rice, uma variedade enriquecida com beta-caroteno, desenvolvida por cientistas suíços e alemães. O "arroz dourado", com potencial de reduzir problemas de saúde ligados à deficiência de vitamina A, está sendo testado em países do sudeste asiático e na China, onde foi pivô de um recente escândalo: dois dirigentes do projeto foram demitidos depois de denúncias de que pais de crianças usadas nos testes não teriam sido avisados de que elas consumiriam alimentos geneticamente modificados.




Foto: AP
Feijão trangênico em 2014 no Brasil

O FEIJÃO

A Empresa Brasileira para Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento, conseguiu em 2011 a aprovação na CTNBio para o cultivo comercial de uma variedade de feijão resistente ao vírus do mosaico dourado, tido como o maior inimigo dessa cultura no país e na América do Sul. As sementes devem ser distribuídas aos produtores brasileiros - livre de royalties – em 2014, o que pode ajudar o país a se tornar autossuficiente no setor. É o primeiro produto geneticamente modificado desenvolvido por uma instituição pública brasileira.







O SALMÃO.


Após a aprovação prévia da FDA, o público e instituições americanos têm um prazo de 60 dias (iniciado em 21 de dezembro) para se manifestar sobre o salmão geneticamente modificado para crescer mais rápido. Em seguida, a agência analisará os comentários para decidir se submete o produto a uma nova rodada de análises ou se o aprova de vez. Francisco Aragão, pesquisador responsável pelo laboratório de engenharia genética da Embrapa, disse à BBC Brasil que tem acompanhado o caso do salmão "com interesse", e que não tem dúvidas sobre sua segurança para consumo humano. "A dúvida é em relação ao impacto no meio ambiente. (Mesmo criado em cativeiro) O salmão poderia aumentar sua população muito rapidamente e eventualmente eliminar populações de peixes nativos. As probabilidades de risco para o meio ambiente são baixas, mas não são zero...na natureza não existe o zero".


LEIA MAIS EM:
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/O-que-fazemos/Transgenicos/

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/02/130207_transgenicos_lista_tp.shtml