A Doença de Gaucher é uma doença genética,
progressiva, e a mais comum das doenças lisossômicas de depósito, que recebem
esse nome devido ao acúmulo de restos de células envelhecidas depositadas nos
lisossomos.
Pacientes com Hepatoesplenomegalia |
A enzima que falta nas pessoas com Doença de
Gaucher é a ß-glicosidase ácida, ou glicocerebrosidase. Sua função habitual,
nas pessoas sem a doença, é fazer a “digestão” de um substrato lipídico, o
glicocerebrosídeo, dentro da célula. Por causa da alteração no gene que produz
a enzima, seu nível é insuficiente e ela não consegue, com a rapidez
necessária, decompor o substrato, que então se acumula nos lisossomos.
Os lisossomos situam-se no interior dos macrófagos, que funcionam como células “lixeiras” do organismo, responsáveis pela “limpeza” dos restos de células velhas. Devido ao acúmulo do substrato lipídico, os macrófagos são impedidos de realizar suas funções. Ficam pesados, cheios de glicocerebrosídeo não digerido e passam a ser chamados de células de Gaucher. As células de Gaucher acumulam-se principalmente nos tecidos do fígado, do baço, do pulmão e da medula óssea. Os órgãos que contêm tais células aumentam de tamanho, o que ocasiona manifestações clínicas de tipo e gravidade variáveis.
Há três formas da doença de Gaucher:
Tipo 1 (não-neuropática)
- Mais comum caracterizada pela falta de envolvimento neurológico primário;
- Começo da doença em qualquer idade;
- Expectativa de vida pode ser normal.
- A visceromegalia (aumento do baço e do fígado) é uma característica constante nesses pacientes
Tipo 2 (forma neuropática aguda)
- Envolvimento neurológico ocorre no início da progressão da doença;
- A doença pode aparecer na infância ou adolescência;
- Expectativa de vida é baixa ( em média falecem antes dos dois anos de vida).
Tipo 3 (forma neuropática sub-aguda)
- Comprometimento neurológico ocorre um pouco mais tarde nesse tipo;
- O início da doença pode se apresentar na infância ou na adolescência;
- Os pacientes com o tipo 3 podem sobreviver até a vida adulta.
Diagnostico
Medindo a atividade da enzima
beta-glicosidase ácida nos leucócitos presente no sangue periférico. Uma
alternativa para o diagnóstico é o exame de DNA para identificar a mutação do
gene, porém esse exame é mais comumente usado para confirmar um caso em que já
se tenha comprovada a deficiência enzimática, para aconselhamento genético de
casais ou diagnóstico pré-natal.
Tratamentos atuais
Durante muitos anos, o tipo 1 da doença de Gaucher
foi tratada com sucesso usando a Terapia de Reposição e, mais recentemente, a
Terapia de Redução do Substrato, a qual restringe a quantidade do substrato
presente nas células afetadas pela doença a um nível que pode ser hidrolisado
pela atividade enzimática existente. Essa nova terapia recebeu aprovação das
entidades regulatórias e já é utilizada como uma alternativa de tratamento.
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